Eu Li: Morte de Tinta - Cornelia Funke

 

Título:
Morte de Tinta
Autora:
Cornelia Funke
Editora:
Cia. das Letras
Onde Comprar:
Submarino | Saraiva | FNAC

"Muitas vezes ao lermos um livro temos a impressão de que tudo aquilo é real, como se acontecesse bem à nossa frente; somos capazes de descrever os cenários com mais detalhes do que o nosso próprio quarto, imaginamos conhecer os personagens como nosso melhor amigo. Quantas vezes nos apaixonamos tanto por um livro que temos vontade de entrar nele, fazer parte de sua trama? Pois é exatamente isso que se passa no Mundo de Tinta, universo onde ficção e realidade se confundem. Lá, "língua encantada" é alguém que, ao ler uma história em voz alta, tem o poder de trazer o mundo dos livros para a realidade, assim como viajar ele mesmo, e levar quem estiver por perto, para o mundo fantástico da palavra escrita. Isso é certamante um prazer - afinal, quem não gostaria de conversar cara a cara com seu herói preferido? Porém, a ficção tem seu lado negro, e o vilão também pode aparecer para falar conosco.

Foi o que aconteceu com Mo, o encadernador de livros, e Meggie, sua filha, na trilogia iniciada com Coração de Tinta, seguida de Sangue de Tinta, e que agora chega ao seu desfecho. desta vez, com a ajuda de Dedo Empoeirado, Farid, Resa e Violante, Mo enfrente o mais terrível de todos os vilões, O Cabeça de Víbora, numa batalha de vida ou morte. Mas, antes dela, outras aventuras se apresentam ao leitor. Fenoglio, o autor de Coração de Tinta, tem que combater Orfeu, plagiador que se utiliza de passagens de seu livro para reescrever e manipular a história. E Mortimer - que no Mundo de Tinta assume a personalidade do Gaio, espécie de Robin Hood - tem que lutar contra o proprio personagem que interpreta, já que começa a se confundir com ele e a se esquecer de quem é. E considerando que Mo é apenas um personagem, nos resta fazer a pergunta do próprio Fenoglio: não seremos, também, personagens de um livro que está sendo escrito por alguém? " Carola Saavedra

      Resolvi começar esta resenha com o texto que se encontra nas orelhas do livro, e que me chamou atenção principalmente pela pergunta final, pergunta esta que, creio eu, todos nós já nos fizemos um dia, mesmo não tendo utilizado as mesmas palavras acima.

Ao final do livro percebemos que não há mais ninguém escrevendo a história, nem que ela se controla sozinha, mas que todos os personagens, através de suas ações e desejos, são os responsáveis pelo futuro da mesma. E como não poderia deixar de acontecer, tudo acaba bem, apesar de não ser da maneira que muitos imaginavam,como eu, mas isso eu vou deixar pra vocês avaliarem depois de ler o livro.

      Pra falar a verdade eu havia lido o final antes de ler o livro, pois fui a livraria e fiquei super curiosa pra saber como tudo terminava, e ODIEI o final quando eu li. Eu pensei, assim mesmo :" Poxa cara, porque tu tinha que mudar logo isso? Era um casal tão bonito." Aí no decorrer da história eu passei a aceitar mais porque eu li algumas atitudes que não me agradaram, mas aí vieram atitudes de certa forma redentoras eu me revoltei de novo com o final.Mas enfim...

      Outra coisa que achei ruim, além do final, foi o fato do livro ser muito grande. Na minha opinião ele poderia ter sido escrito de maneira mais sucinta e mesmo assim não ia deixar de mostrar o sofrimento que os personagens passaram até o final, nem a batalha interna de Mo contra o personagem que precisava interpretar, nem a crueldade de Cabeça de Víbora e Orfeu. Me cansei de ler em vários momentos e quase abandonei o livro, mas fui persistente e consegui terminar.  =)

      E pra terminar vou confessar que o capítulo que mais gostei foi o último, pois ele é contado com verbos no futuro,  e tem todo aquele ar, não diria de 'felizes para sempre', mas de que a história tem um futuro, independente do livro ter acabado, e isso me deu uma sensação muito, muito boa mesmo.

' (...) e ele vai achar que em todas as praças há menestréis que cospem fogo, que todas as florestas são cheias de fadas e que em toda mesa dorme um homem de vidro. E vão lhe contar que há um mundo onde as coisas não são assim, um mundo onde não há fadas nem homens de vidro, mas sim carruagens que andam sem cavalos e desenhos que se movimentam.(...) E ele vai pensar que um dia terá que ir sozinho, se quiser ver este mundo (...) porque deve ser muito emocionante o outro mundo, tão mais emocionante do que o seu... '


Formada em administração de empresas, tem fascinação por aprender idiomas (nem sempre é bem sucedida, mas vale a tentativa). É apaixonada por livros, fez muitos amigos por causa deles, e os usa para conhecer novos lugares e realidades. É também uma ARMY orgulhosa.

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