Título:
Tinta Perigosa
Autor(a):
Melissa Marr
Editora:
Rocco
Onde Comprar:
Submarino | Saraiva | FNAC | Buscapé
Sem o conhecimento dos mortais, uma luta pelo poder está se desenrolando em um mundo de sombras e perigo. Depois de séculos de estabilidade, o equilíbrio entre as Cortes das Fadas se alterou e Irial, o regente da Corte Sombria, está lutando para manter suas rebeldes e vulneráveis fadas juntas. Se ele falhar, o derramamento de sangue e a brutalidade não tardarão a aparecer.
Desta vez, o foco muda de Aislinn para Leslie, uma de suas amigas mais íntimas. A jovem não sabe nada sobre as fadas – criaturas mágicas e voluntariosas, beirando a perversão -, mas ao se sentir atraída por uma linda tatuagem de olhos e asas, seu caminho cruza com o de Irial, o Rei Sombrio, o sedutor e ardiloso monarca da Corte Sombria. Nem mesmo o desejo que o Rei Sombrio sente pela jovem é capaz de evitar o destino ao qual ela parece fadada: servir de canal para a energia ruim de que Irial precisa para manter o equilíbrio em sua corte. Ele tem uma obrigação com seus súditos e fará de tudo para assegurar sua sobrevivência em meio às disputas com aos outros reinos do mundo das fadas: a Corte de Verão, a Corte de Inverno e a Alta Corte.
É difícil resenhar livros dessa série e esse livro é um dos mais sombrios que eu já li. Na verdade a série toda tem um ar sombrio, e os dois livros que eu li até agora só confirmam essas suspeitas. E esse aspecto, que poderia assustar e afastar muitos da série, só me faz ter mais certeza de que eu preciso terminá-la e saber o que vai acontecer. É sombrio de um jeito muito cativante, muito interessante, e explora as emoções dos personagens de um jeito único, ao meu ver.
Nesse livro a personagem principal é Leslie, uma das amigas de Aislinn, protagonista do livro anterior e da série como um todo. Leslie tem muitas sombras dentro dela, originadas de sua mágoa em relação às coisas ruins que lhe aconteceram. Ela tem uma necessidade imensa de se sentir ela mesma, de ter poder sobre seu corpo, e por isso resolve fazer uma tatuagem, porém a imagem que ela escolhe é o símbolo de vínculo com Irial, o rei da Corte Sombria, e é feita com o próprio sangue dele.
Irial precisa rapidamente resolver o problema de como alimentar seu povo, que utiliza emoções como ódio, raiva, medo e tristeza dos seres encantados para sobreviver. Porém, com o retorno do equilíbrio entre as cortes do Verão e Inverno, essas emoções têm sido mais difíceis de conseguir, e a única solução é tirá-las dos mortais. Para isso é necessário que algum mortal estabeleça um vínculo com o rei e assim possa servir de condutor entre as emoções humanas e o rei e seu povo. E Leslie, a garota cheia de sombras, está a caminho de tornar esse condutor. Mas há pessoas que se importam com ela, como Niall, servo da Corte de Verão, que fará de tudo para tirar Leslie de Irial, mesmo que para isso tenha que voltar a ser algo odioso...Niall ♥
Os personagens desse livro são....perfeitos em sua imperfeição. Irial é fascinante em muitos aspectos. Apesar de sua missão como rei envolver ações cruéis, no fundo ele gostaria de ser tão normal como a maioria dos seres encantados, sem toda a responsabilidade sobre uma corte tão mal vista, ou então apenas um mortal. Ele não nega sua origem, mas sabe que tudo o que precisa fazer como rei é desgastante e não o faz ser melhor visto aos olhos de Leslie. Leslie precisa aprender a conviver com o que lhe aconteceu, mas ao fazer a tatuagem e se entregar ao poder das sombras percebe que é melhor sentir medo e dor do que não sentir nada, não ter escolhas. Já Niall precisa aceitar quem realmente é e perceber que suas origens não são o suficiente para determinar quem ele será.
O encanto de tudo nessa série está onde você não esperaria encontrar. Os seres encantados são misteriosos e cruéis, até o mais bonzinho de todos, mas mesmo assim você não consegue deixar de se sentir curioso sobre as particularidades de suas cortes, suas interações, a tensão entre todos e a possibilidade de uma guerra realmente sangrenta. Sendo todos de certa forma cruéis, talvez fosse difícil se acostumar com eles, mas não é. A autora explora suas personalidades de uma forma muito legal, onde maus podem sentir piedade e pena e, mesmo um pouquinho, tentar ajudar e buscar a luz. Eu sei, parece que eu não estou falando coisa com coisa, mas é que é difícil explicar. Mas é que é perfeito de um jeito incomum. Vou soltar uma frase clichê: só lendo para entender.
Não há muito de Aislinn, Keenan e Seth, mas eles aparecem um pouco sim, para jogar mais intriga em uma estória já complicada. Ai gente, vou dizer mais uma vez o quanto o livro é fascinante. É perfeito! rsrsrs Leiam, leiam, leiam!