Título:
Adeus à Inocência
Autora:
Drusilla Campbell
Editora:
Novo Conceito
Onde Comprar:
Submarino | Saraiva | FNAC
Madora tinha 17 anos quando Willis a “resgatou”. Distante da família e dos amigos, eles fugiram juntos e, por cinco anos, viveram sozinhos, em quase total isolamento, no meio do deserto da Califórnia. Até que ele sequestrou e aprisionou uma adolescente, não muito diferente do que Madora mesmo era, há alguns anos... Então, quando todas as crenças e esperanças de Madora pareciam sem sentido — e o pavor de estar vivendo ao lado de um maníaco começava a fazê-la acordar —, Django, um garoto solitário, que não tinha mais nada a perder depois da morte trágica de seus pais, entrou em sua vida para trazê-la de volta à realidade. Quem sabe, juntos, Django, Madora e seu cachorro Foo consigam vislumbrar alguma cor por trás do vasto deserto que ajudou a apagar suas vidas?
Oi gente, estamos aqui novamente!
Hoje vim escrever um pouquinho do último livro que li, o primeiro livro que leio dessa autora, e o segundo livro do gênero romances policiais que tive a surpresa de ler. Para quem já leu (ou se não leu, ficou sabendo agora!) alguma resenha minha pelo blog, deve saber que eu sem dúvida nenhuma, prefiro o gênero romântico, de época, sobrenatural e alguns outros derivados, mas o estilo policial, suspense, mistério e muito real, porque o que se passou no livro seguinte poderia ter acontecido fora do livro, é um estilo com que tenho pouquíssimo contato, geralmente os tenho por causa do blog. Não é por não gostar deles, mas sim porque após cada leitura eu levo uns dois, três dias para refletir sobre eles, e diminuir o impacto que eles me causam.
Adeus À inocência, foi uma dessas surpresas que a gente tem no decorrer de nossa vida bookaholic, quando recebi o livro, umas das primeiras impressões que tive, foi "eita, esse livro deve ser bem dramático", mas, não fio bem assim!
O livro conta a história de quatro personagens totalmente diferentes um do outro, e com uma probabilidade enorme de em circunstancias normais nunca se notarem, mas, se isso tivesse acontecido, não teríamos história. Os personagens, são:
– Madora: uma garota que desde muito jovem teve sua vida marcada pela violência psicológica, emocional e física, que suprimiram as potencialidades dela.
– Django: um garotinho de 12 anos, com um QI muito alto para a sua própria segurança….rsrsrs….e que tem a vida virada de ponta a cabeça depois de um inesperado acontecimento.
– Robin: marcada pelos segredos de sua família, e chocada com que um pouco de coragem pode fazer brotar as verdades para bagunçar todo o seu coração e mente. Uma pessoa extremamente rotineira e acomodada, pois encara isso como um meio de se proteger.
– Willis: uma figura dualista que te engana o livro todo, digno de um estudo Freudiano, e o vilão da história. (que só fez sustentar a minha prenoção de que por trás de todo o vilão sempre tem uma explicação comportamental, que as pessoas desconhecem e se segam para o problema/consequência atual).
Leitores, vocês já ouviram falar de Síndrome de Estocolmo? Diz-se desenvolver a síndrome as pessoas que em situação de cativeiro, ou sequestro prolongado, desenvolvem afeto ou sentimentos por seu sequestrador, e passa a compreender diferenciadamente a situação em que se encontra, através do "olhar" do sequestrador.
O livro conta a história de como Madora, uma garota na época de 17 anos, em meio a uma festa onde ela estava consumindo drogas com seus ´´amigos`` se encontra sozinha em uma sacada e é abordada por um belo homem, que começa a convencer Madora a olhar a realidade de uma forma diferente, a sua forma, e vai convencendo ela de que ela não era tão pura e sua mãe era a vilã. Anos depois Madora se encontra em um barraco no meio do nada, cozinhando, passando, lavando, para Willis, o homem em que Madora acredita ser a pessoa mais bondosa e bom samaritano da face da terra. Ele só é incompreendido pelas pessoas.
Willis é o que chamamos de sociopata, devido a alguns fatos traumatizantes na infância e por causa do comportamento de sua mãe, ele cresceu com uma visão diferente de mundo. Ele saiu das forças armadas por motivos desconhecidos, e apenas informados como desonra. E tem como sonho se tornar médico. Ele mantêm Madora sobre olhos alertas, apesar de ela insistir em agradá-lo.
Como ele nunca consegue entrar na universidade de medicina, ele se tornou um cuidador, assim digamos, de idosos (que misteriosamente, sempre lhe dão objetos valiosos e dinheiro), em uma pequena cidade próximo de onde ele e Madora se escondem.
Devido a isso, ele acaba sendo recomendado como cuidador para Robin, pois sua mãe vai passar por uma cirurgia e precisa de cuidados técnicos. Robin é uma mulher de 40 e poucos anos, que vive todos os seus dias de forma organizada e padronizada, como uma forma de se proteger da vida. Uma mulher que acaba se envolvendo com o passado a procura de respostas, e acaba se esquecendo ou negligenciando sua nova responsabilidade, Django, um órfão de 12 anos, que se encontra em muitas tardes sozinho, e com uma vontade louca de sumir.
E é quando Django, Willis e Robin, se encontram que o garoto descobre um novo motivo para seguir com essa nova vida pequena e monótona. Django tenta salvar o cachorro de Madora, que está passando uma situação muito difícil no carro de Willis.
Com o intuito de pegar o cachorro, Django conhece Madora, e começa a despertar em Madora, agora uma jovem mulher de 22 anos muito alienada, um novo olhar sobre a vida que ela está sujeita, e mostra a Madora que Willis manter uma garota de 17 anos em carcere como ele está fazendo (novamente) não é um ato de bondade.
A autora subentende algumas situações de violência sexual, mas que fazem parte do contexto, e descreve a visão de cada um desses, cada um deles em um capítulo. É um livro intenso, e tem horas que você vai precisar parar para digerir as sequências. As partes de Willis são confusas assim como a sua mente, uma hora você pensa que ele é bom, na outra você observa uma pessoa violenta e doente. A Madora é um personagem ingênuo e que dá muita pena, mesmo no final você vê uma pessoa que ainda vai ter que encarar muita coisa como consequência do que aconteceu.
O final da história para Django e Robin, não foi um final de conto de fadas, mas um final que dá para compreender e aceitar, sem esquecer o que aconteceu. A Robin é um personagem que no início você não consegue ver com bons olhos, mas depois fica passada com o que descobre.
Enfim, é um livro diferente, intenso com as palavras, diversificado com os personagens, e polêmico com o tema.