Título:
Medo
Autor:
Michael Grant
Editora:
Galera
Onde Comprar:
Submarino | Saraiva | FNAC
Já faz mais de um ano desde que todos os adultos desapareceram. E apesar do terror que assolou as crianças de Praia Perdida, elas foram capazes de sobreviver. No entanto, dessa vez as ameaças são ainda mais aterrorizantes. Rodeados por mutações grotescas e mortes bizarras, uma gravidez sinistra, e o uso dos poderes mentais de uma garota como instrumento de tortura, os habitantes do LGAR veem o sol minguar e a aproximação da Escuridão. As chances de sobrevivências de todos diminuem perigosamente.
A cada livro do Michael Grant eu me surpreendo mais com a capacidade que ele tem de me fazer sofrer juntamente com os personagens. Nem sempre são personagens muito conhecidos ou ativos, mas ele os faz sofrer/morrer de formas tão brutas, descritas de uma forma tão crua, tão simples e direta, que você com um aperto no peito e com o conhecimento de que a vida é cruel mesmo, não da mesma forma que o Michael, mas cruel mesmo assim. E as vezes quem morre é o mais sortudo, pois não precisa mais conviver com a incerteza e o medo, Gente, é tanto sentimento que nunca serie capaz de escrever uma resenha digna!
O medo sempre esteve presente na vida dos habitantes do LGAR. Medo da fome, da praga, dos coiotes, de Caine e suas maldades, de Drake, e agora também do escuro. Manchas negras surgiram na parede do LGAR na altura do chão e estão crescendo em direção ao topo. Não passa luz através das manchas, e logo as crianças deduzem que quando a mancha chegar ao topo não haverá luz. Mesmo os samsóis só servirão para iluminar uns poucos metros, e não serão capazes de auxiliar na fotossintese das plantas das quais tiram seus parcos alimentos.
O medo de tudo que vimos nos outros livros chega a um ápice, a uma desespero imenso, que afeta até os vilões, pois nem eles são capazes de sobreviver e se proteger dos coiotes sem a luz do sol. E o que vão comer, como controlarão o desespero crescente que pode levar a mais tragédias?
Quem acompanha a série viu o que o medo e o desespero foram capazes de fazer a alguns dos personagens mais queridos. A Mãe Maria, coitada, não posso nem lembrar. Foi muito triste! E Astrid, que em uma atitude desesperada foi capaz de desprezar todo a sua fé imensa, tudo em que acreditava, buscando salvar as pessoas de mais sofrimento. O próprio Sam, que está cansado de ser herói e só gostaria de não ser julgado, depois, se é que haverá um depois, pelas atitudes que teve que tomar no LGAR.
Esse livro é memorável entre todos da série! Primeiro porque ele nos mostra o que está acontecendo la fora. Sim, sim! Existe um lá fora, e podemos acompanhar um pouco do que está acontecendo através do ponto de vista de alguns pais,na verdade uma mãe em especial. Segundo porque tudo está chegando a um ápice. A falta de esperança é enorme! Até a Astrid, que tinha uma fé inabalável, desistiu de acreditar em um Deus que não se mostra presente, que a fez sacrificar algo importante na esperança de algo que nunca aconteceu. Ela está tão desiludida que é doloroso acompanhar.
Ah, Michael Grant sabe matar personagens como ninguém! De repente a pessoa está viva, e então, tcharan, morreu. E por mais que você não goste do personagens não deixa de pensar que são só crianças, que não podem morrer, que tem que haver um jeito de escapar, de viver, de sobreviver. UM MIX ENORME DE EMOÇÕES ESSE LIVRO TRZ! O autor sabe misturar o sobrenatural com os paralelos à vida real, com a dolorosa visão do que seríamos capazes de fazer para sobreviver, para ter poder, de uma forma muito perfeita.
Eu sou muito emotiva para falar dessa série. Não consigo ser muito racional com ela. É uma série maravilhoso, com personagens imperfeitos como todos nós, que passam por tanta coisa e precisam tomar atitudes tão drásticas que as vezes você esquece que são crianças. Nesse livro mesmo eu esqueci, e fiquei de queixo caído quando a Brisa relembrou que só tem 13 anos. 13 anos, cara!
A busca de Drake por um hospedeiro para o gaiáfago chega ao final, depois de momentos muito tensos, TENSO DEMAIS, para evitar que isso acontecesse. E ai algo surpreendente acontece, envolvendo tanto o mundo externo quanto as crianças do LGAR. Eu não imaginava, nem de longe, o que ia acontecer, e agora meu temor para o próximo e último livro, Light (no original), é enorme! Queria muito poder contar o final aqui só para tecer teorias com alguém mas é contra meus princípios resenhisticos (kkkk, isso existe). Gente, esse final é um desafio! Um contrato, uma aceitação de que nada mais é o mesmo e talvez nunca volte a ser. E eu estou feliz com isso. E aguardando ansiosamente o final. Michael Grant, continue me surpreendendo e dê um grande final a essa série perfeita!