Título:Eu Sem Você
Autora:Kelly Rimmer Editora:Arqueiro
Há um ano, conheci o amor da minha vida. Para duas pessoas que não acreditavam em amor à primeira vista, até que Lilah e eu chegamos bem perto de dizer que isso aconteceu conosco.
Eu tinha um bom emprego em uma agência de publicidade e não fazia outra coisa além de trabalhar. Era incapaz de tomar decisões sobre meu futuro e minha casa inacabada e não sabia aproveitar a vida. Até conhecer Lilah.
Lilah MacDonald era uma advogada ambientalista linda e decidida – e, para minha surpresa, detestava usar sapatos. Era uma pessoa tão maravilhosa que é até difícil descrevê-la.
Nosso relacionamento não poderia ser mais improvável, mas me transformou profundamente. Comecei a enxergar as coisas de outra forma e a redescobrir antigas paixões. Lilah me ensinou a viver outra vez e a aproveitar ao máximo tudo o que a vida tem a oferecer.
Ela me proporcionou momentos incríveis, mas também manteve em segredo algo que partiu meu coração. Ainda assim, se há uma coisa que aprendi com Lilah é que o amor pode curar qualquer ferida.
Meu nome é Callum Roberts e esta é a nossa história.
Essa resenha dá pra começar com uma menção a Eduardo e Mônica do Legião Urbana, substituindo os nomes pelos protagonistas de Eu sem você. Então lá vamos nós: Callum e Lilah eram nada parecidos...
Callum é um publicitário workaholic, quase sem amigos e vida pessoal. Ele cresceu numa família bem tradicional e possui dois irmãos (gêmeos). Seu pais já morreram e o resto de sua família mora distante, mas ele também não é muito ligado a ela (ele mal sabe o nome da cunhada). Seu apartamento está pela metade o que faz ele levar uma vida meio capenga. Ah, ele é extremamente carnívoro.
Lilah (ou Saoirse - o nome estranho fez ela escolher um mais simples de se dizer) é advogada ambiental, adora fazer caminhadas ao ar livre e andar descalça (ela odeia sapatos). É vegana extremista do tipo que vai começar um barraco num restaurante que coloque um ingrediente indevido no seu prato e cresceu numa família bem diferente, viajando por vários países durante sua infância, até que finalmente seus pais pararam e decidiram morar numa fazenda.
Os dois são extremamente diferente e só concordam em uma única coisa: não querem ter um relação séria. Acaba que Eu sem você é exatamente isso: um romance improvável entre duas pessoas extremamente diferentes que começa quase a primeira vista numa viagem de balsa. E, pensando dessa forma, eu realmente não estava dando nada por esse livro.
A questão toda é que há um complicador: Muito tempo atrás Lilah já sofreu bastante vendo o pai definhar com uma doença genética que atinge o cérebro e ela já sabe que possui o mesmo mal, apesar de estar em remissão. Mas será mesmo? Em seu diário, ela registra que as vezes não se sente 100% bem, tendo lapsos de memória e cansaço excessivo. Seria a doença ou apenas trabalho em excesso?
Mas, apesar dos protestos de Callum de que era um solteiro convicto, tudo o que eu via quando olhava para ele era alguém que queria amar e ser amado. Estamos nos apaixonando. A relação ainda está engatinhando, mas toda vez que nos vemos as palavras fluem e os sentimentos as seguem. Cada dia que eu prolongo isso apenas torna tudo mais difícil.
A primeira coisa a se elogiar em Eu sem você é o texto: a autora soube dosar muito bem a capacidade descritiva, a construção dos personagens (ambos são muito bem detalhados e todas as suas ações muito bem justificadas) e desenvolvimento da trama. O livro não tem barriga, não fica chato, mesmo sendo uma romance que comece de uma forma meio clichê. A própria personagem da Lilah (que para mim era ambientalista num nível quase insuportável) tem cada um de seus traçõs de personalidade explicados. Vários detalhes a que não se dá tanta importância são imprescindíveis no final da trama e fizeram minha cabeça explodir em alguns momentos. Fora isso, os personagens de suporte da trama também são ótimos. A mãe de Lilah é uma das melhores: bem equilibrada, é engraçada nos momentos certos e passa o drama do texto quando é necessário.
O texto reveza a cada capítulo sendo um através do ponto de vista de Callum e o outro sendo o diário de Lilah. Essa construção que leva você a aceitar todo o drama da situação: Callum praticamente não tem vida, apenas o trabalho e, apesar de não querer e negar, se joga de cabeça numa relação com Lilah. Ela também está apaixonada, mas não quer levar isso muito adiante, sabendo que a qualquer momento pode ficar doente de novo e levá-lo a sofrer como ela mesma já sofreu pelo pai.
Enfim, como eu falei antes: não estava dando nada pelo livro. Na capa inclusive está escrito "Se você é fã de Jojo Moyes, David Nicholls e Nicholas Sparks, então irá amar Eu sem você". Eu nunca li a Jojo nem o David e (desculpem) odeio Nicholas Sparks, justamente porque nunca consegui aceitar os dramas que ele propõe nos livros. Minha expectativa estava realmente baixíssima. Mas acabou que eu ri e chorei bastante com Eu sem você.