Eu Li: O Despertar do Cthulhu em Quadrinhos



Título:O Despertar do Cthulhu em Quadrinhos 
Organizador:
Raphael Fernandes
Ilustradores/Roteiristas:Vários 
Editora
Draco
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O desespero é verde
A cultuada obra de H. P. Lovecraft é a principal inspiração dessa coletânea com oito HQs que transportarão a imaginação para o lado mais obscuro da mente humana, um horror cósmico em preto, branco e verde.

São 168 páginas desesperadoras onde criaturas tão antigas quanto o universo são capazes de corromper a alma humana apenas com sua presença. Onde a doença, a loucura e a perversão são pano de fundo para histórias que vão testar os limites de sua sanidade.

A organização do álbum envolveu Raphael Fernandes, que maculou a alma do time de quadrinistas formado por Dudu Torres, Antonio Tadeu, LuCas Chewie, Airton Marinho, Fabrício Bohrer, Caiuã Araújo, Marcio de Castro, Lucas Pereira, Samuel Bono, Jun Sugiyama, Daniel Bretas, Hilton P. Rocha, Bárbara Garcia e Elias Aquino. Todos perdidos em uma enigmática capa de João Pirolla.

O despertar de Cthulhu em Quadrinhos é o horror que não pode ser pronunciado, perca-se em imagens e histórias que não deveriam ter sido concebidas. Agora não há mais volta para os envolvidos pelos tentáculos do desespero, é hora de acordar para uma realidade decadente e tingida em apenas duas cores.


A editora Draco de tempos em tempos lança coletâneas de contos ou de quadrinhos. Vários livros de contos deles estão disponíveis a venda (todos bem interessantes). O Despertar do Cthulhu foi a segunda coletânea de uma série de quadrinhos lançada seguindo uma linha de terror. A primeira delas foi inspirada em O Rei de Amarelo e a terceira está para sair e é intitulada Demônios da Goetia. A ideia das três foi reunir HQ's inspiradas em obras de terror, roterizadas e ilustradas por artistas nacionais e deixar você perturbado. Cada uma delas também segue uma cor específica: O Rei de Amarelo em tons de amarelo, O Despertar do Cthulhu em tons de verde e Demônios da Goetia em tons de vermelho. A cor aliás é um ponto de destaque da arte dos desenhos: sempre em tons de cinza com os detalhes em verde revelando ou dando destaque a algo.

O Despertar do Cthulhu reúne oito histórias, todas com exatas vinte páginas e todas insanas. Mais interessante é que, quando se pensa nos mitos do Cthulhu, sempre se vem à cabeça um terror mais psicológico. Nessa HQ, o psicológico é bem presente, mas vem acompanhado de perto de várias outras inspirações, principalmente do gore e do visceral.


Tudo isso misturado a oito roteiros muito interessantes e todos passados em cenários que lembram muito a realidade brasileira: desde uma cidadezinha de interior sendo perturbada por uma moléstia até uma religião muito misteriosa que ganha adeptos através de shows de cura pela televisão. É realmente bem diferente ler algo que é claramente inspirado na obra de H. P. Lovrecraft, mas em um cenário completamente diferente do Norte Americano ou da Inglês.



Das oito histórias, destaco aqui quatro:

O Salmo do Sangue Antigo: o que você faz após receber a visita e um pedido de um amigo que se suicidou?

Os Tambores de Azathoth: esse é provavelmente o mais leve (ou menos pesado) dos contos. O único com um cenário que não tem aparência de ser brasileiro, conta sobre como a explosão da bomba atômica, o final da Segunda Guerra e um monstro bizarro estão interligados.

Macio: o final que me deixou mais chocado (HQ da imagem acima). Uma cidade está tendo problema com uma moléstia. O final (que é quando você entende o título) é muito insano.

O Caso da Truta Salmonada: o mais "What the hell?!" de todos. Depois de ler, tenho certeza que você vai pensar duas vezes antes de pedir um polvo no almoço.



Enfim, O Despertar do Cthulhu é uma das melhores HQ's de terror da atualidade e é espetacular saber que temos um produto nacional com tanto qualidade.

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E tem funko!!!



Gerente de projeto, editor de video, de áudio, podcaster, escritor (sem nada publicado) e cozinheiro quando dá tempo.

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