Olá, leitores!
Todo primeiro sábado de mês é dia de PA Book Club em Belém. Costumamos nos reunir na livraria FOX, a partir das 9h, para uma roda de conversa para falarmos sobre livros e, claro, indicarmos títulos e autores para os colegas.
Vocês podem conferir a agenda de eventos do PA Book Club na página do facebook.
Os sobreviventes do encontro perto às 13 horas |
Normalmente, realizamos eventos com temas de forma alternada; um mês, livre, outro mês com tema de escolha do grupo.
Sendo assim, no mês de janeiro realizamos um evento de tema livre e em fevereiro foi concordado pela maioria o tema: Mulheres negras.
E que tema relevante, amigos!
Atualmente, muito se tem discutido sobre o protagonismo da mulher na literatura; afinal, livros escrito por mulheres ainda são minoria em muitas estantes pelo mundo fora. E quando colocamos em pauta as mulheres negras, a escassez se faz mais alarmante.
Nós temos mulheres negras muito relevantes na história da literatura e a temática do clube do livro teve esse intuito: vamos procurá-las e consumir suas obras.
Chega de invisibilidade.
Também convido à vocês, queridos leitores pai d'éguas, a conhecerem mais mulheres da literatura, sobretudo as negras.
Hoje daremos algumas dicas de livros que foram compartilhadas no PA Book Club de fevereiro.
Aproveitem!
1. Kindred: Laços de sangue, de Octavia E. Butler
Em seu vigésimo sexto aniversário, Dana e seu marido estão de mudança para um novo apartamento. Em meio a pilhas de livros e caixas abertas, ela começa a se sentir tonta e cai de joelhos, nauseada. Então, o mundo se despedaça.Dana repentinamente se encontra à beira de uma floresta, próxima a um rio. Uma criança está se afogando e ela corre para salvá-la. Mas, assim que arrasta o menino para fora da água, vê-se diante do cano de uma antiga espingarda. Em um piscar de olhos, ela está de volta a seu novo apartamento, completamente encharcada. É a experiência mais aterrorizante de sua vida... até acontecer de novo. E de novo.Quanto mais tempo passa no século XIX, numa Maryland pré-Guerra Civil – um lugar perigoso para uma mulher negra –, mais consciente Dana fica de que sua vida pode acabar antes mesmo de ter começado.
2. Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus
Do diário da catadora de papel Carolina Maria de Jesus surgiu este autêntico exemplo de literatura-verdade, que relata o cotidiano triste e cruel da vida na favela. Com uma linguagem simples, mas contundente e original, a autora comove o leitor pelo realismo e pela sensibilidade na maneira de contar o que viu, viveu e sentiu durante os anos em que morou na comunidade do Canindé, em São Paulo, com seus três filhos.
Ao ler este relato-verdadeiro best-seller no Brasil e no exterior- você vai acompanhar o duro dia a dia de quem não tem amanhã. E vai perceber que, mesmo tendo sido escrito na década de 1950, este livro jamais perdeu sua atualidade
3. Americanah, de Chimamanda Ngozi Adichie
Lagos, anos 1990. Enquanto Ifemelu e Obinze vivem o idílio do primeiro amor, a Nigéria enfrenta tempos sombrios sob um governo militar. Em busca de alternativas às universidades nacionais, paralisadas por sucessivas greves, a jovem Ifemelu muda-se para os Estados Unidos. Ao mesmo tempo que se destaca no meio acadêmico, ela depara pela primeira vez com a questão racial e com as agruras da vida de imigrante, mulher e negra.(Foram comentados diversos livros de Chimamanda no evento.)
4. O ar que ele respira, de Brittainy C. Cherry
Como superar a dor de uma perda irreparável? Elizabeth está tentando seguir em frente. Depois da morte do marido e de ter passado um ano na casa da mãe, ela decide voltar a seu antigo lar e enfrentar as lembranças de seu casamento feliz com Steven. Porém, ao retornar à pequena Meadows Creek, ela se depara com um novo vizinho, Tristan Cole. Grosseiro, solitário, o olhar sempre agressivo e triste, ele parece fugir do passado. Mas Elizabeth logo descobre que, por trás do ser intratável, há um homem devastado pela morte das pessoas que mais amava. Elizabeth tenta se aproximar dele, mas Tristan tenta de todas as formas impedir que ela entre em sua vida. Em seu coração despedaçado parece não haver espaço para um novo começo. Ou talvez sim.
5. (In)Verdades, de Lu Ain-Zaila
Em 2198 um revés mudou a realidade mundial de forma esperada, inesperada e assustadora. E com o Brasil não foi diferente, tempos escuros dançaram sobre o território até que a consciência humana finalmente compreendesse que precisava evoluir e respeitar, por assim dizer, mas quando foi que isso significou a inexistência de problemas? Há algo sob a sombra do berço esplêndido e tudo está relacionado.Ena nasceu neste mundo consciente e finito. Sua mãe Naira ajudou a fundar o CCDP e seu pai, o Alto Oficial Amir Dias era um Resgatante.
O atentado de 2396 ao CIA mudou tudo, seu pai morreu como herói e caso foi arquivado nas sombras do tempo. O passar dos dias nada trouxe além de culpas indiretas sobre um grupo que só veio a crescer no decorrer dos anos em oposição ao controle biométrico e outras coisas.
Agora Ena é uma mulher forte e focada, mas aquele dia a persegue, a impunidade vez ou outra ressoa nos temporais sem aviso que visitam os distritos.
O mais importante a saber é que em sua mente foi encerrado o destino de todo um país e para alcançar a verdade que ainda ignora existir, Ena precisa alcançar o seu objetivo... se tornar uma oficial das Forças Distritais do Brasil.
A busca por essa lembrança mudará tudo, para além do seu controle e de si mesma, mas para entender, ela deve retroceder aquele dia, o atentado, e compreender a profundidade do provérbio africano Sankofa que se manterá onipresente até o fim, pois... Nunca é tarde para voltar e apanhar o que ficou para atrás.
6. Filhos de sangue e osso, de Tomi Adeyemi
Zélie Adebola se lembra de quando o solo de Orïsha vibrava com a magia. Queimadores geravam chamas. Mareadores formavam ondas, e a mãe de Zélie, ceifadora, invocava almas.Mas tudo mudou quando a magia desapareceu. Por ordens de um rei cruel, os maji viraram alvo e foram mortos, deixando Zélie sem a mãe e as pessoas sem esperança.
Agora Zélie tem uma chance de trazer a magia de volta e atacar a monarquia. Com a ajuda de uma princesa fugitiva, Zélie deve despistar e se livrar do príncipe, que está determinado a erradicar a magia de uma vez por todas.
O perigo espreita em Orïsha, onde leopanários-das-neves rondam e espíritos vingativos aguardam nas águas. Apesar disso, a maior ameaça para Zélie pode ser ela mesma, enquanto se esforça para controlar seus poderes — e seu coração.
Quantas dicas incríveis, hein! E esses foram apenas alguns dos livros que foram indicados. Todas as contribuições foram maravilhosas e, acreditamos que foi uma troca bem sucedida.
Eu mesma já coloquei alguns desses na minha lista de prioridades de leituras.
Espero que tenhamos estimulado a vocês na busca por mais obras de autorias femininas e negras.
Aproveito o ensejo para já convidá-los para o próximo encontro do PA Book Club, no primeiro sábado de março, a partir das 9h, na FOX.
Qualquer dúvida, basta deixar um comentário em alguma de nossas redes sociais.
Até a próxima, pessoal!